segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sambamor



Um samba pra mexer com sua alma
Num acorde que tira a calma
 Como um passo pra sonhar

Um samba pra deitar no seu carinho
Num jeito devagarzinho
Como um mimo pra encantar


Um samba bem composto no oposto
Num compasso de bom gosto
Como um sonho eternizar

Um samba feito o mar longe e distante
Num sopro de paz pulsante
Como um desejo novo de amar

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quarentaecincovezesvocê

Quero
Uma
Aveludada
Razão
Envolvente
Nesse
Temporal
Amoroso

Envelhecido

Carinhosamente
Intrínseco
Naquele
Compasso
Onírico

Aprazível torpor


Gélidas paredes
Amanhecer sombrio
Cheiro de mofo, verde putrefato, terra infértil
Pano que não aquece, alimento que não sacia
O ar que não nutre, só consome em demasia
A sensação de que tudo está acabando, definhando
Que tudo está dormente, tão dormente que já a muito não se sente
Mas há uma fresta naquela janela
Uma luz que não diz, não leva, não condiz
Mas que continua a sustentar, a triste insistência em se continuar, em se deixar levar, em não deixar parar ...

Como eu e você




Como uma doce mordida
Como uma palavra repetida
Como um gosto desejado
Como um cigarro findado
Como uma paz entrelaçada
Como uma voz desperdiçada
Como um prazer descomunal
Como um ódio desigual
Como, sacio, devoro!